domingo, 6 de dezembro de 2009


Na história da humanidade, existem diversos relatos, fantasiosos ou não, sobre coisas transcendentais, algo fora da matéria entre outras conjecturas. As religiões estão aí pra não me deixar mentir. Existem teorias que nos remetem a conceitos de outras dimensões que interferem na nossa, isto é, interdependem da nossa. Baseado em uma elucubração inter-dimensional INK (INK/2009, não sei se tem título nacional) é-nos apresentado. INK é uma produção cinematográfica fora dos padrões que estamos acostumados a apreciar, seja no cinema ou na telinha, em casa mesmo. O roteiro segue um pouco a linha de Tideland (outra loucura de Terry Gillian). Fantasia mescla-se com a realidade e faz-nos pensar se uma não está dentro da outra.

INK trata do mundo dos sonhos e relata que estes são obras de seres que velam nosso sono e nos fazem entrar no mundo sem restrições, o mundo do sonhar. Claro que não existem somente sonhos bons, os pesadelos estão sempre por aí e estes possuem seus seres que os geram em nossas mentes. No filme, estas alegorias são retratadas de forma magistral e até um pouco perturbadora. O visual é instigante e muito bonito. Cheio de luzes em contraposição a locais estranhamente obscuros. O personagem principal, o INK, é um ser amargurado com pendências a resolver em seu lado espiritual, ou seja, pode ser qualquer um de nós. Precisa de redenção, de aceitação. O que o filme faz é mostrar a busca do protagonista de forma fantasiosa. Os conflitos são retratados em forma de lutas (lutas mesmo, o pau quebra!!!) entras os seres do “bem” e do “mal”, mas na verdade, não passam de conflitos internos, que nos deixam feios e como medo, envergonhados com os próprios atos diante dos outros.

Outra abordagem vista no filme é a de cunho social em que as relações humanas são geradas. A humanidade anda “seca”, sem vida e sem ver o “outro” diante de si. Daí são originados os seres que iniciam suas ferrenhas lutas para tentar resgatar o que ainda há de bom em espíritos desgastados por falhas e falta de bom-senso. Todos somos INK. INK é feio e sem coração. Mas INK quer redenção.

Um comentário:

LeoJoseph disse...

Cara, vou atrás desse filme. Gostei muito da sua crítica. Aliás, você só recomenda filmes bons. Me lembro de "Mirror Mask", "Prime", "Pi" e outros.
Vou atrás deste filme do Terry: "Tideland" também.
Um abração.