sábado, 13 de dezembro de 2008

A Vida de Brian, um exercício de humor sem limites.

A Vida de Brian
(Life of Brian, 1979)


» Direção: Terry Jones
» Roteiro: Graham Chapman, John Cleese
» Gênero: Comédia
» Origem: Reino Unido
» Duração: 94 minutos
» Tipo: Longa

Uma das profissões que não levo muito a sério é a de crítico(a) de artes, sejam elas música, cinema, artes plásticas, literatura...entre outras que existem e que existirão. A razão disso é fácil de explicar: ora, quando você escuta uma música, não chega a analisar os tons, as notas, os timbres do intérprete, a harmonia etc. Você escuta uma música para deleitar-se em um canto bem quieto, para dançar, para cantar bem alto ou bem baixinho no ouvido da pessoa amada. O mesmo acontece com o cinema.

O que vemos são análises de filmes que beiram o ridículo, pois falam das obras como coisas frias e científicas que não têm a simples intenção de divertir por alguns minutos (e também ganhar dinheiro, não é?). O "povão" cinéfilo vai ao cinema ou aluga um DVD com a idéia de diversão e não para analisar a performance do ator, a fotografia ou algo do gênero. O que se quer é um conjunto que leve o espectador a dar boas risadas, chorar, tremer de medo e refletir sobre determinado assunto, não importando se a piada é repetida, se é clichê dramalhão, se o susto é previsível e se o pensamento é ultrapassado.

Qual o porquê de toda essa lenga-lenga? É que a partir desse momento vou fazer uma crítica cinematográfica (kkkkkkkkkkkk). Contraditório, não? Não é não! Se observarem os comentários passados sobre músicas, verão que os mesmo são escritos com "paixão" e não são recheados de frases que tentam ser parciais, como algo calculista.

O filme em questão é o "A Vida de Brian", do grupo já citado por mim anteriormente, Monty Python. Tento fazer este esboço de análise por tratar-se da melhor obra de cinema de cuja platéia já tive o prazer de fazer parte.

O longa é de 1979 e trata de um personagem que passa a vida sendo confundido com o Messias desde o nascimento, pois nasceu em manjedoura ao lado da que Jesus Cristo nos brindou com sua gênese. Só por aí já dá pra ver o “nonsense” das situações do porvir do filme.

Pessoas com um senso religioso ortodoxo não serão complacentes com o filme, pois o mesmo satiriza as diversas situações do tempo de Cristo, e tais sátiras são realmente corrosivas e fazem pensar de forma bem humorada e sarcástica. O roteiro é algo magistral, com diálogos que nos fazem rir sem forçar a barra e gags visuais surrealistas e até anárquicas.

A narrativa segue uma linha paralela à caminhada de Cristo aqui na terra, onde o Brian vive com sua mãe (interpretado por ninguém menos que Terry Jones, o diretor) em suas andanças sempre esbarrando com o Filho de Deus, que, no máximo, aparece bem de longe como num Sermão da Montanha espetacular em que as pessoas posicionadas na base do local não escutavam perfeitamente o que o Salvador dizia e faziam as interpretações mais absurdas, sem tirar a briga que é gerada por uma discussão boba, é de rachar de rir.

Outro ponto que merece ser citado é uma cena que trata de um apedrejamento de um ancião que falou o nome Jeová em vão. Em tais apedrejamentos era proibida a presença de mulheres e o que se vê na cena são somente mulheres com barbas falsas compradas no mercado para essa finalidade, sendo que pedras também eram vendidas e as mais pontiagudas eram mais caras. Brian e sua mãe acabam por comprar uma sacola. Sem comentários...

Neste momento, quero me reportar ao ponto mais alto do filme, ou seja, a cena em que um Pilatos de língua presa (um Michael Palin em forma e hilário) está no seu palácio e os guardas levam o Brian até sua presença. A partir daí, o que acontece é um turbilhão de situações em relação à língua presa do Pôncio, onde os guardas fazem que o entendam e seguram até não poder mais quando o mesmo cita o nome de um amigo seu, o "Biggus Dickus" (pra quem entende um pouquinho de inglês, entende o trocadilho). Todos explodem na risada, inclusive este que vos escreve. O filme culmina em uma cena de crucificação absurda, cena na qual um dos crucificados (o genial Eric Idlle) fala do lado bom da vida e da morte através de uma música que fica presa na nossa mente por semanas, a "The Bright Side Of Life". É algo fenomenal. Comédia em sua mais pura e nobre definição!!!

Para terminar, tenho que dizer que esse não é um filme para todas as pessoas, pois muitos torcem o nariz por não estarem familiarizados com o tipo de humor praticado pelos "Monty". Portanto, recomendo procurar algo sobre o grupo na internet, como vídeos no YouTube (existem até vídeos legendados, como o que deixei em post anterior), para depois entrar na vida do Brian, sem trocadilhos (ou não?). Ni!!!!!

Revisão gramatical, contextual e amorosa por Lídia Coelho

Alguns links sobre o grupo:

http://br.youtube.com/watch?v=ppK6sxz6epk

http://br.youtube.com/watch?v=AZgQinsClLQ



Um comentário:

Anônimo disse...

Nunca esqueci a musica e os pés do pessoal morto abaixo das cruzes, acompanhando a musiquinha.Posso ver esse filme várias vezes, como já fiz, e sempre me acabo de rir.

The Father